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Entrevista com Alison Sudol: uma irmã mais velha para os fãs de Harry Potter


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Alison Sudol faz Queenie Goldstein em Animais Fantásticos. Diretamente do set, ela conta à correspondente do Pottermore como é fazer esse papel e se sentir como uma irmã mais velha para os fãs de Harry Potter em todo o mundo.


"Corta!" A cena envolvendo um número de bruxos e bruxas de Nova Iorque termina e Alison Sudol caminha para fora da cena e diretamente para mim. Ela está com o figurino: uma faixa cintilante de tecido que de coloração em torno de pêssego ou rosa, dependendo da luz, e uma peruca de cachos angelicais. Nós sentamos em cadeiras dobráveis na tenda de maquiagem e então Alison começou a conversa me contando como ela se tornou Queenie Goldstein, uma bruxa e uma legilimente vivendo com sua irmã em 1926 em Nova Iorque.

"Eu entrei nisso tão perdidamente apaixonada pela Queenie enquanto personagem, e querendo ser uma parte de tudo aquilo..." - ela gesticula ao redor da sala com um sorriso incrédulo.

Alison fez a audição para o papel de Queenie em Nova Iorque ao lado de Eddie Redmayne, Katherine Waterston e Dan Floger, antes de voar até o Reino Unido para os testes de filmagem. Enquanto David Yates montava seu elenco perfeito, ela esperava para ouvir sobre o maior papel de sua carreira.

Alison foi cantora por muitos anos, lançando três álbuns como A Fine Frenzy. Ela se apresentou no Tonight Show, em How I Met Your Mother, House, So You Think You Can Dance, ela faz o papel de Kaya no show de sucesso na TV Transparent, e esteve num episódio de CSI: NY. Mas nada comparado a este (Animais Fantásticos). Nada comparado a este.

"Isso é tudo novo pra mim", ela diz, passando para trás um cacho descontrolado. "Eu sou uma atriz muito mais nova em comparação aos outros, e houve muita pressão ao me envolver nisso. Mas eu tinha esse sentimento estranho durante as audições que na verdade era uma uma grande força atrás de mim; eu podia me deixar ser esmagada e esfarelada por causa do quanto eu queria isso e o quão grande isso era, ou dar um passo para o topo e deixar-me ser empurrada para cima".

"Eu apenas tentei ficar fora do caminho e trazer alegria e verdade para o momento e ver o que aconteceria. Depois de minhas audições, eu não ouvi mais nada por alguns instantes. Eu fiquei estática na cama muitas vezes. Eu chorava na yoga, todos os tipos de coisas embaraçosas, porque eu estava tão preocupada com isso".

Quando Alison conseguiu o papel, ela teve que se tornar Queenie, e isso significou passar muito tempo em cabelo, maquiagem e figurino, transformando uma cantora moderna em uma bruxa poderosíssima dos anos 192. Foi uma personagem que ela construiu com seu próprio coração, com as pistas no roteiro de J.K.Rowling, e as visões estéticas que ela teve. Esse processo a viu se transformar na fascinante e complexa personagem, alguém que Alison é claramente orgulhosa de ter vivido nas telas.

"Eu acho que compaixão foi o que uniu Queenie e eu, e tive que trabalhar a personagem a partir daqui", ela diz. '"Foi uma linda escolha da parte de J.K.Rowling em dar à Queenie tamanha profundidade, assim você pode apenas trabalhá-la como um todo. Com papéis femininos é sempre fácil dizer, 'Oh, ela é isso ou ela é aquilo'. Pode ser um grande e único tipo de coisa dimensional, como se fosse apenas uma etiqueta por mulher. Mas com a Queenie, ela é uma divertida e cativante e aventureira e perniciosa e livre mas ela é também incrivelmente  emotiva, profunda e tranquila.

"A maior parte do tempo quando você tem uma garota que foi feita pra ser - Alison fica momentaneamente tímida, talvez desacostumada em pensar nela mesmo como bonita " - surpresa, ou algo do tipo, ela é autoconsciente. Mas Queenie é ocupada demais prestando atenção em qualquer outra pessoa para que ficasse focada nela mesma, o que eu gosto nela".

O jeito que Alison conta isso, viver uma personagem como a Queenie era uma renúncia de sua usual atitude no trabalho.

"Eu vim do mundo da música, onde você está constantemente arrodeado por homens e você sente como se você estivesse realmente em situações íntimas o tempo todo trabalhando com caras", ela diz. "Eu descobri que a música não é um lugar feminino para se estar, então abraçar esse nível de feminilidade tem sido um desafio realmente interessante pra mim. Foi realmente difícil pra mim pensar:  'Okay, eu posso ser suave e feminina e forte e tomar conta de mim e não diminuir a mim mesma'. Eu me diverti com aquilo um pouco, eu me diverti usando saltos e vestido todos os dias e tendo cachos adoráveis e tecidos leves".

E isso foi tudo antes de irmos ao fandom. Quando nós falamos, Alison está no caminho para gravar Animais Fantásticos. Ela nunca foi a uma premiere antes. Ela nunca esteve presente na Comic-Con. Ela pode apenas imaginar como será quando o filme for lançado em Novembro. O que será fazer parte dessa grande, maravilhosa e divertida franquia. Mas ela está ansiosa para descobrir.

"Estou animada para me conectar com os fãs de Harry Potter. Acho que as pessoas que são receptivas para o Mundo Mágico de J.K.Rowling são também receptivas para a compaixão e otimismo. Elas querem fazer o bem".

"E estou animada para me conectar particularmente com jovens mulheres porque eu senti como se eu estivesse atuando no papel de irmã mais velha para a faixa etária mais nova dos fãos de Harry Potter. Todos nós crescemos nisso juntos. Eu sou poucos anos mais velha do que os personagens eram e eu quero apenas conversar com as pessoas sobre como é se sentir diferente - sentir-se como um estranho, crescer lutando para encontrar meu lugar no mundo e me tornar uma mulher. Eu não quero fazer isso por fama. Fama é algo efêmero. Faço isso para me relacionar com as pessoas".

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Texto original no Pottermore.


Tradução: Clarissa Magalhães

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