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J.K. Rowling garante: está escrevendo o seu próximo livro! Autora fala sobre Career of Evil com o NPR


[ATUALIZADO 02/11] O NPR acabou fazendo outra entrevista, dessa vez mais curta com a escritora, e você pode lê-la no final dessa postagem, após a primeira entrevista.

Hoje, dia 02, foi liberada uma entrevista da J.K. Rowling para o NPR Pop Culture Happy Hour sobre Career of Evil, o terceiro livro da série Cormoran Strike. O livro foi escrito pela autora sob o pseudônimo de Robert Galbraith. Na entrevista, a Jo diz que já está escrevendo o próximo livro na série do detetive! A conversa foi liberada em forma de podcast, e você pode ler nossa tradução dos melhores momentos (basicamente tudo) abaixo e ouvir (em inglês) por aqui

Barrie Hardymon, a apresentadora do programa, comentou: "Eu falei com a J.K. Rowling sobre o terceiro livro na série de mistérios do Robert Galbraith - intitulado Career of Evil - e a obra traz de volta o detetive particular Cormoran Strike e sua secretária e parceira, Robin Ellacott. [...] Falar com talvez a escritora mais famosa do mundo foi... Bem, tão legal quanto você poderia pensar. Nós falamos sobre estrutura, influência e por que algumas mulheres acabam com o cara errado."

Abaixo você pode ler três partes destacadas pelo NPR e logo depois diversos trechos que nós traduzimos!

Por que usar um pseudônimo foi libertador.

Usar um pseudônimo foi um tipo de prazer muito privado. Sabe, não havia expectativa. Ninguém sabia que eu estava escrevendo O Chamado do Cuco, que foi o primeiro livro na série. Eu senti uma sensação de liberdade, suponho. E eu não tinha certeza quando fui descoberta contra minha vontade como a autora se isso iria continuar. Mas, na verdade, de forma bem milagrosa, continuou. Existe alguma coisa sobre escrever sob um pseudônimo. Eu sinto como se estivesse em um lugar diferente quando estou lá. Tem sido uma experiência bem prazerosa para mim.

Sobre como ela cria plot twists (surpresas no enredo) sem quebrar a confiança com o leitor.

Era muito importante manter o interesse do leitor sem que ele sentisse que estava sendo guiado para "tocas de coelho" pelo meu próprio prazer. A primeira regra nesse gênero é: você precisa jogar de forma justa. [...] Então, por mais distrações que você queira criar, contanto que elas estejam bem escritas e plausíveis, o leitor irá te perdoar. Eles não irão te perdoar se você não exibir todas as informações na frente deles, porque dessa forma você está trapaceando. Eu fiquei atenta a isso, como acho que todo escritor competente de romances policias deveria.

Sobre as pesquisas que ela fez para tentar habitar a mente de um assassino, um pedófilo e um agressor em série.

Foi horrível, na verdade. Esse foi o primeiro livro que meu deu pesadelos literalmente. [...] Eu senti que precisava fazer muita pesquisa para entender certa mentalidade que é claramente bem, bem distante da minha. Eu li uma quantidade horrível de estudos de casos. Foi isso que me deu pesadelos.

Cada um dos suspeitos é levemente baseado, não totalmente, mas possui características de um assassino ou criminoso real. Então eu tentei assegurar que cada um deles fosse psicologicamente bem consistente. Mas foi muito importante para mim que isso não se tornasse o que chamo de "violence porn" (pornografia de violência). Então foi importante que o dano infligido fosse realmente em humanos, e Robin, que é uma das nossa personagens principais, é chave para revelar como é enfrentar alguém assim.

[Eu estudei] depoimentos que o próprio Ted Bundy deixou. [...] Ele era eloquente sobre o assunto de como se sentia sobre mulheres, e em certo nível, articulado sobre o que ele havia feito. Ler esses depoimentos me informou bastante sobre a perspectiva do assassino nos livros.

Resumo


Depois de apresentar um "episódio super especial do Pop Culture Happy Hour", a apresentadora lembrou que apesar de tentarem não estragarem a história para os ouvintes, alguns spoilers de Career of Evil acabaram surgindo. Aqui na postagens todos os spoilers estão marcados para caso você queira pular.

No início da entrevista, Berrie, a apresentadora, apresenta a Jo como Robert Galbraith, o escritor de três aclamados livros, e comenta que logo após a publicação do primeiro livro foi descoberto que esse autor era na verdade J.K Rowling, uma escritora de alguns livros sobre bruxos, mas ela lembra que esse episódio é sobre Career of Evil, o terceiro livro sobre o detetive particular.

Depois de uma breve sinopse: "Cormoran e Robin estão de volta, agora famosos depois de resolverem dois grandes casos, e precisam resolver um crime horrendo: alguém enviou para Robin uma perna decepada.", J.K. Rowling é finalmente apresentada! "Muito obrigada! Estou encantada de estar aqui."

A conversa já começa no final do livro: os agradecimentos. A Jo escreveu que Robert Galbraith é como um "parque de diversão pessoal", e a apresentadora nota que deve ser um parque com muitos corpos. E a Jo comenta sobre: "Acho que não devíamos ver isso de forma tão literal [...], mas acho que é pela forma que eu comecei a escrever os livros, obviamente usando um pseudônimo, que é um parque de diversões. Foi um tipo de prazer muito privado. Sabe, não havia expectativa. Ninguém sabia que eu estava escrevendo O Chamado do Cuco, que foi o primeiro livro na série. Eu senti uma sensação de liberdade, eu suponho. E eu não tinha certeza quando fui descoberta contra minha vontade como a autora se isso iria continuar. Mas, na verdade, de forma bem milagrosa, continuou. Existe alguma coisa sobre escrever sob um pseudônimo. Eu sinto como se estivesse em um lugar diferente quando estou lá. Tem sido uma experiência bem prazerosa para mim."

Ela continua comentando sobre um acordo que fez com a editora mesmo depois de ter sido descoberta: "Eu fiz um acordo que não iria fazer o mesmo tipo de marketing que faria para um livro escrito sob meu nome. E isso foi útil para manter o foco no trabalho."

Depois ela falou sobre escritores que a influenciaram para escrever romances policiais e acresceu: "É um gênero que tenho lido por prazer há um bom tempo e que eu também queria escrever havia muito tempo."

NPR: Então, quando você se sentou para escrever o livro, como criou Cormoran Strike? Que é totalmente excepcional, mas também totalmente ele mesmo, além de ser um arquétipo e um personagem verdadeiramente marcado tanto fisicamente quanto emocionalmente. Como ele veio a sua mente?

"Eu tive a ideia para o Cormoran de uma forma ligeiramente misteriosa na qual a maioria dos meus personagens favoritos chegaram até mim. Soa terrivelmente brega, mas alguns deles apenas saem do meu subconsciente e ficam de pé na minha frente. E ele fez isso, mancou para fora do meu subconsciente. Se eu quisesse analisar o motivo dele estar lá, eu poderia dizer que é porque conheço diversos veteranos. Um dos meus amigos mais próximos é um, eu tenho interesse, assim como acho que muitas pessoas também têm, no que acontece com pessoas que deixam as forças armadas e precisam voltar a viver novamente. Isso é um problema real no nosso tempo.

E ele só veio até mim. Novamente, pode soar estranho ou peculiar, mas quando ele ficou na minha frente, era questão de descobrir todos detalhes sobre ele. E com os personagens que eu mais gosto, eu sinto como se estivesse descobrindo o que já está lá, mais do que inventando alguma coisa. E eu senti isso muito intensamente, tanto com ele quanto com a Robin."

Já sobre o enredo dos três primeiros livros ela comentou: "Eu genuinamente não consigo lembrar para qual dos três livros eu tive a ideia da trama primeiro, porque eu tive todas elas e as coloquei na mesa para ver qual ordem me satisfazia mais. Por causa do grande arco na história que eu criei para Cormoran e Robin, eu decidi que queria que seu primeiro caso fosse o que lidasse com a pessoa famosa. Eu queria que ele passasse por uma jornada no primeiro romance na qual ele saísse da escuridão total para alguma forma de reconhecimento, o que iria então prepará-lo para o segundo livro, já que teria uma boa razão para alguém vir até ele, que é claramente bom nesse tipo de trabalho. Portanto, cada história tem um propósito para a próxima. Eu tive a ideia da história mais ampla dele, então eu encaixei os enredos dos livros para servirem a essa história maior."

E quando a entrevistadora começa a comentar sobre toda a estrutura da história, a Jo interrompe para comentar: "Eu planejei esse livro de uma forma que eu nunca havia planejado um romance anteriormente."

NPR: "Estou tão feliz em ouvir isso! Então ele não veio completamente formado? Porque ele é tão complexo..."

"Sim, é um livro incrivelmente complexo, cujo trabalho não mostra ao leitor o quão complexo é. Dessa forma, o leitor deve ser capaz, como você diz, de aproveitar a viagem. Mas é meu trabalho garantir que o alicerce esteja lá, então você está na montanha-russa mas nada está quebrando sob você. Então eu planejei e planejei esse romance. Eu sabia que seria tecnicamente um desafio e eu apreciei isso, queria me esforçar. E eu trabalhei muito duro na estrutura da trama."

Ela então comenta sobre as surpresas na história e como manter a confiança do leitor, além da existência de humanos repugnantes no livro e como foi escrevê-los. Esses trechos já está no início da postagem,

[Spoiler] Nesse livro descobrimos que a Robin foi estuprada no passado e a Jo comentou sobre a importância da ordem dos livros na impressão que o leitor teria disso: "Essa foi uma das razões pelas quais digo que fiz malabarismo com essas três histórias. Em que ordem eu iria escrevê-las. Eu queria que o leitor achasse que conhecia a Robin, antes de descobrir o que aconteceu com ela no passado. Para mim foi muito importante porque eu queria que o leitor se sentisse da mesma forma que ela. Eles conheciam o ser humano, mas não viram a primeira vista a sobrevivente. E isso é algo que pode muito facilmente ser perdido na vida e na literatura. Quando você está falando sobre esse tipo de mentalidade e violência, dar voz ao sobrevivente, um rosto, sua devida humanidade, é muito importante para mim. [...] É como a Robin diz no livro, isso não a define. Ela é muitas coisas." [/SPOILER]

"Eu também quis analisar no livro a atitude dela em relação aos crimes, como uma sobrevivente e como mulher. Strike não pode ver esses crimes da mesma forma que a Robin vê, porque ele nunca irá vê-los do lado dela da cerca. Essa foi uma dinâmica interessante e uma mudança de perspectiva homem/mulher interessante que eu gostei de escrever."

A apresentadora comenta sobre como os crimes são algumas das piores obras misóginas que ela já viu, e a Jo comenta que usou duas fontes para criar os crimes: "Bem, eu não copiei literalmente de duas fontes, eu criei, mas foi inspirado. Um foi nos depoimentos de Ted Bundy, já a outra fonte, e é muito deprimente dizer isso, mas com alguns cliques no computador você pode encontrar fóruns onde homens discutem sobre as mulheres nesses termos. Para ser clara, nós estamos falando sobre psicopatas, mas psicopatia se inclina para algumas coisas e terá como alvo certos objetos, quero dizer, objetos em um sentido linguístico, não que eu veria algum dia uma mulher como objeto. E eu não vejo meu gênero da forma que eles veem, então eu tive que fazer uma pesquisa para entender a linguagem que alguém assim usaria."

Como a Jo já é conhecida por responder misóginos no Twitter, a apresentadora perguntou se essa série de livros e esse livro especificamente foram uma forma de falar sobre esse tipo de maldade misógina. A Jo disse: "Eu nunca teria um objetivo tão grande para um livro de detetive, acredite em mim, eu ficaria feliz em acreditar que qualquer livro pode mudar qualquer mentalidade, realmente gostaria, entretanto, eu sou realista e o tipo de pessoa que pensa dessa forma está fora de alcance de qualquer outra. Porém há pessoas que podem usar certo tipo de linguagem ou ter certos tipos de crenças que não são impossíveis de salvar.

Sobre Matthew, o noivo da Robin, ambas comentam que ele é um tipo menor de misógino. "Matthew fica desagradavelmente surpreso em descobrir que a noiva que ele tinha não é a Robin real. Robin agora está crescendo de formas que ele não gosta. Ela se tornou bem mais independente, encontrou o trabalho que ama, no qual é extremamente boa, e ele não está gostando nada disso. Ele é misógino de uma forma mais cotidiana. Eu perdi a conta do número de mulheres que encontrei que leram esses livros e falaram que costumavam namorar Matthews. Eu fico feliz em dizer que não há muitos mais assassinos por aí, mas aparentemente há muitos Matthews."

Sobre por que Robin, que está muito a frente de Matthew, ficou com ele, elas comentam: "Eles se conheceram quando eram bem jovens e nenhum dos dois foi capaz de formar uma boa visão um do outro, talvez por falta de experiência."

Sobre como ela pensou nas vítimas do livro, que são todas mulheres, ela disse: "Se eu relutei em usá-las? Não. Isso vai soar bem brusco, mas eu realmente não quis dizer isso. Eu olhei para minhas personagens femininas desse livro antes mesmo de começar a escrever o primeiro capítulo, e eu estou confiante que você vê que as mulheres não são apenas vítimas nele. Strike está envolvido com uma mulher muito competente e realizada, que não sofreu nenhum tipo de violência desse tipo. Robin é uma sobrevivente que ajudou a capturar o assassino. Nós também temos uma detetive da polícia, para a qual eu tenho planos, então ela faz pequenas aparições nesse livro. Novamente, ela não é uma vítima, mas é essencial para resolver o problema. [SPOILER] E quando chegamos às vítimas, eu sinto uma simpatia profunda , e eu direi que uma das vítimas que sobrevive, eu não tolerei matá-la. Eu não consegui. Eu queria que ela lutasse. Você vê ambos pelos olhos do assassino e também da mídia. Eu queria explorar isso. Ver a representação da violência contra a mulher pela mídia e como as vítimas são retratadas. Há um ponto em que uma tentativa de assassinar uma prostituta aconteceu, mas que não chegou nos jornais porque naquele dia o Casamento Real aconteceu. Essa é a mídia com a qual convivemos. Essa é a hierarquia de valores imposta sobre diferente mulheres dependendo dos papéis delas na vida. Mas o importante é que essa vítima sobrevive, e eu, para mim, realmente precisava que isso acontecesse." [/SPOILER]

E a entrevista termina com a apresentadora perguntando quando o Robert volta a trabalhar, e a Jo garante que ele já está trabalhando! "Ele já voltou a trabalhar, mas não tenho certeza quando o próximo livro irá sair. Posso dizer que sei como será o primeiro capítulo do próximo livro, e ele irá continuar imediatamente do último capítulo de Career of Evil, então você verá o que acontece exatamente depois do final do livro." O que parece ser ótimo, já que há muitos relatos de um cliffhanger (gancho) no fim do livro! "Por ter feito esse cliffhanger eu realmente fiquei devendo isso para a audiência. Não posso deixar eles pendurados [cliffhanger pode ser literalmente traduzido como "pendurador" em penhascos, para mostrar o nervosismo que o final de uma história pode nos deixar, então ela diz que não pode nos deixar "pendurados" depois do fim do livro]. Achei que seria crueldade e sadismo se eu não contasse para todo mundo exatamente o que acontece depois."

Depois de gritos de felicidade da apresentadora durante esse último parágrafo, a conversa acabou! Você pode ouvir o podcast abaixo!



Uma nova entrevista da J.K. foi liberada. Já é a terceira no dia! Essa foi mais curta e também para o NPR, porém para outro apresentador, David Greene. Ela conversa sobre Career of Evil, o terceiro livro da série Cormoran Strike, e também fala sobre fama e privacidade. Leia nossa tradução abaixo!

O programa começa com o apresentador colocando Don't Fear the Reaper, da banda Blue Öyster Cult e comentando: "O autor Robert Galbraith os ama. Letras das músicas desse grupo estão por todo livro Career of Evil." E ele logo esclarece que Robert é um pseudônimo da Jo.

"Alguns anos atrás ela queria começar a escrever romances policiais, mas não queria que as pessoas soubessem que era ela, então ela se escondeu por trás do nome Robert Galbraith. Funcionou, por um tempo. Ela foi descoberta depois do primeiro romance ter sido lançado em 2013. O que significa, entre outras coisas, que agora ela pode fazer entrevistas."

Ele comenta sobre a trama do livro, em que ambos Robin e Cormoran, feridos emocionalmente, precisam lidar com um assassino que enviou uma perna decepada para o escritório. E a Jo comenta sobre o processo de pesquisa e escrita do livro:

"Essa foi a primeira vez que um livro me deu pesadelos. E não foi a escrita do romance, foi a pesquisa. Na verdade, cada um dos três suspeitos possui características de um assassino da vida real.

Eu achei que seria muito importante entender a mentalidade deles, porque alguns dos capítulos são escritos do ponto de vista de um assassino psicopata. O que esses  homens dizem sobre o que sentem a respeito do que fazem? O que esses homens sentem é uma pergunta muito interessante, porque eu acho que a capacidade deles de sentir é muito cega. Então pesquisar tudo isso foi simultaneamente fascinante e incrivelmente perturbador.

Mas eu não tive mais nenhum pesadelo desde que finalizei o manuscrito. [SPOILER] Possivelmente meu subconsciente se acalmou com o assassino sendo pego, então pelo menos na ficção, o cara bom ganhou e o mal foi parado."[/SPOILER]

Sobre por que ter decidido escrever como um autor homem, ela disse: "Por um longo tempo, eu tive essa ideia de escrever sob um pseudônimo. Voltar ao início de uma carreira de publicações foi muito atrativo para mim. E a ideia de criar um pseudônimo masculino foi um desejo básico para distanciar esse personagem de mim."

NPR: Você disse que queria voltar ao início?

"Sim, eu acho que Harry Potter foi incrível, e eu sou agradecida pelo que aconteceu com a série, e isso precisa ser dito. A relação que eu tive com aqueles leitores, e ainda tenho com eles, é muito valiosa para mim. Tendo dito isto, havia uma grande pressão que vinha com o fato de ser a escritora de Harry Potter, e esse aspecto de publicar esses livros eu não sinto falta. Então você pode provavelmente entender o atrativo de se distanciar e criar algo diferente, e deixar se sustentar ou cair sobre seus próprios méritos."

A Jo mencionou que o Strike permitiu a ela falar sobre a fama, e o entrevistador pergunta se isso é uma forma dela se incluir na história. Ela responde: "Bem, ele, quando a série começa, não é famoso, mas é o filho de um homem famoso - então passa por todos as inconveniências de ser associado com a fama e não possui nenhuma das vantagens. Então eu observo o efeito que a fama de um indivíduo tem sobre sua família, por exemplo, e as limitações que são impostas na sua vida - claro, também traz coisas maravilhosas, mas as traz principalmente para o indivíduo. As pessoas ao redor do indivíduo famoso frequentemente pagam o preço sem aproveitar muitos dos prêmios. E eu acho essa uma área interessante, e obviamente, sim, isso vem da minha própria experiência."

Sobre a relação da escritora com o personagem Strike, ela diz: "Seria errado, muito errado, sugerir que ele é um personagem autobiográfico - ele é um veterano deficiente, é um homem, obviamente. Entretanto, há coisas que eu gosto nele, e que eu gostaria de sentir que compartilhamos. Ele tem uma ética de trabalho muito forte. Ele está sempre tentando, em todas circunstâncias. E quando encontramos ele no primeiro livro, ele está absolutamente no limite, de uma forma que eu também experienciei, no sentido de que ele está tão pobre quanto possível sem estar morando na rua.

No tema fama, o apresentador perguntou sobre a relação da família da Jo com o assunto e como ela mantém sua vida privada: "Haverá debate sobre isso enquanto existirem escritores. Alguns leitores e comentaristas realmente querem vasculhar o interior da sua vida para dar sentido ao seu trabalho. Outro dizem que o trabalho fala por si mesmo. Pessoalmente, eu fico no meio. Eu acho difícil ser honesta sobre alguns aspectos do meu trabalho sem reconhecer que eu experienciei ou senti ou questionei certos temas dos livros. Mas ao mesmo tempo, eu não sinto que devo aos meus leitores detalhes sobre minha vida privada, por exemplo. Então eu estou feliz em falar sobre temas gerais, mas quando chegamos a detalhes sobre minha família, para mim isso é fora dos limites. Claro, se meus filhos crescerem e quiserem escrever memórias sobre como foi, então está tudo bem, e eles devem se sentir livres para fazer isso, e nós podemos ainda ver "J.K. Dearest"! Mas até lá, eu vou protegê-los.

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