Recentemente, Kevin O’Keeffe, escritor de artes, entretenimento e cultura (descrição própria) do site Mic, lançou uma especulação acerca de quanto custaria para estudar em Hogwarts. De fato, ele fez um levantamento muito interessante e que vale a pena ser discutido nessa coluna, mesmo todo o furdunço já ter sido esclarecido por J.K. Rowling.
@emmalineonline1 @micnews There's no tuition fee! The Ministry of Magic covers the cost of all magical education!
— J.K. Rowling (@jk_rowling) 17 julho 2015
Segundo o moço, que mora em Nova York e, diga-se de
passagem, gosta muito de sua moeda corrente (Dollar), o custo para estudar em
Hogwarts (no primeiro ano) seria de $43.031,00 (quarenta e três mil e trinta e
um dólares), o que não cabe nada no bolso de uma família com sete filhos.
O’Keeffe usou estimativas que comparam a escola, por ser consagrada,
com universidades trouxas renomadas. No entanto, sabemos que tanto nos Estados
Unidos quanto no Reino Unido, as Universidades particulares oferecem bolsas de
estudos, além de receberem auxílio de alunos egressos (ricos) que financiam a
pesquisa, entre outras necessidades.
Foi aí que resolvi fazer um levantamento sobre a educação
britânica e descobri que 93% das crianças de lá estudam no ensino público. Os
outros 7% estão distribuídos pelas escolas particulares que, embora algumas
tenham preços absurdos, a média por ano é de 13 mil libras. Isso, claro,
falando para um estudante nascido trouxa.
No mundo mágico, o preço ficaria em torno de 2600 galeões
por ano, claro, sem considerar os insumos como vestes, varinha, etc. Mas, logo
de cara, nós, que somos fãs de J.K. Rowling nos perguntamos: Se Hogwarts sempre
estará lá para nos receber como nosso lar, como é possível que cobrem por isso?
O que Kevin O’Keeffe não levou em consideração foi o
propósito da série de livros Harry Potter. O próprio Harry cresceu em uma
família britânica que, embora de classe média, não era abastada como a de seu
pai. Assim, o valor do dinheiro, mesmo que muito, não gerou qualquer tipo de
ganância ou interesses capitalistas.
Isso é refletido na própria vida da escritora, que luta por
condições melhores em seu país e no mundo, que podem ser vistas, por exemplo,
através da instituição Lumos, que visa acabar com a institucionalização sistemática
de crianças por toda a Europa.
Trocando em miúdos, o projeto busca propiciar a crianças e
jovens abandonados uma oportunidade de acesso real à educação, saúde e cuidado,
não como um sistema, mas de acordo com as necessidades específicas de cada uma.
Isso significa trazer luz (lumos) na vida de cada jovem atendido pelo projeto.
Como seria possível que a própria escritora se engajasse em
um projeto de tamanha importância social usando de um discurso com interesses
sociais capitalistas?
Nesse momento você pode estar me julgando como socialista,
comunista, fascista ou o que for, mas é uma questão bem simples de acesso à
educação: o Reino Unido tem apenas uma escola de magia e bruxaria, que é
Hogwarts.
O Ministério NUNCA iria deixar que um bruxo, mesmo
que nascido-trouxa, estudasse numa escola comum, devido aos acontecimentos
estranhos que isso causaria (vide Harry nos anos em que estudou naquela escola
de trouxas). Além de que, seria muito menos custoso manter um jovem em Hogwarts
por sete anos do que deixá-lo sem amparo apenas por este não ter dinheiro para
pagar por uma educação de qualidade.
Este deve ser um exemplo para os representantes políticos de
todas as nações: assegurar a educação de um jovem (gratuita, de qualidade) é
muito mais importante do que cair na avidez ambiciosa de benefícios individuais
que geram corrupção e marginalização de menores de idade e, portanto, medidas
paliativas, como a redução da maioridade penal.
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As opiniões expressas nesse texto são de Carlos Ferreira
Muito bom, alguem lança a campanha do filme sobre os QUATRO FUNDADORES
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