Os nossos amigos do Always J.K. Rowling entrevistaram o diretor britânico Jonny Campbell, responsável pela minissérie que adaptou para a televisão o primeiro romance adulto de J.K. Rowling - Morte Súbita (The Casual Vacancy, no original).
A minissérie de três episódios chega nos Estados Unidos no final deste mês pela HBO. Em fevereiro, estreou na BBC, quando fizemos a cobertura das imagens promocionais e vídeos divulgados.
A seguir, confira, em português, a entrevista em que Jonny contou detalhes sobre a produção e o elenco.
1. Quanto de controle criativo você teve durante as filmagens de "Morte Súbita"?
O trabalho do diretor é ser responsável por contar a história à medida que ela sai do roteiro para a tela, visualizar e respirar vida através disso, e então você está inevitavelmente no controle do processo criativo - não seja uma aberração controladora! -, mas coordenar e dirigir todos os departamentos de roteiro e elenco para as locações, produção de design, maquiagem e figurino para a cinematografia. Obviamente, milhares de decisões constituem esse processo, e muitos deles são guiados e influenciados da mesma maneira por comentários ou sugestões de produtores e produtores executivos ao longo do caminho.
2. Houve algum elenco ou membros da equipe que foram particularmente interessantes de se trabalhar junto?
Eu fui muito sortudo por ter uma equipe e elenco excepcionalmente talentosos para se trabalhar em conjunto. Eu podia escrever páginas sobre toda a equipe, mas é realmente recompensante colaborar com o cineasta Tony Slater Ling. Nós já trabalhamos juntos diversas vezes, como por exemplo, em Shameless. Doctor Who, Eric and Ernie e no mais recente, In the Flesh, e nós desenvolvemos uma grande parceria.
Da mesma forma, nosso designer de produção, Sami Khan (que também trabalhou como designer de In The Flesh), é uma pessoa muito pensativa e inspiradora para se ter numa equipe. Foi similarmente, imensamente, estimulante e catártico trabalhar com o editor de cinema, Tom Hemmings, o qual sentava numa pequena sala comigo, durante a maior parte desses três meses. Foi nossa primeira colaboração e bastante agradável.
O vasto elenco foi maravilhosamente dedicado, e grande companhia no set. Eu queria trabalhar com Michael Gambon para sempre, ele é tão bom quanto seu cachê lendário custa. Como fez Julia McKenzie, com quem eu havia trabalhado antes, mas que teve um desempenho impressionante atuando contra o padrão. Rory Kinnear foi incrível de se assistir no set - Acho que ele é o ator mais perfeito que eu já vi. Keeley Hawes e eu havíamos trabalhado em Spooks e Ashes to Ashes antes, mas foi maravilhoso vê-la criar mais uma fantástica personagem. Também foi um prazer especial trabalhar com Richard Glover, Monica Dolan, Keeley Forsyth, Lolita Chakrabarti e Silas Carson, pela primeira vez, já que todos eles tinham papéis importantes e difíceis de encenar, e cada ator trouxe uma enorme quantidade de detalhes e sutilezas para suas performances. Finalmente, o elenco mais jovem era um sonho - particularmente Brian Vernel (Fats) e Abigail Lawrie, que nunca havia atuado nas telas antes.
3. Qual a sua cena e personagem favoritos?
Krystal tem que ser minha personagem preferida. Difícil escolher apenas uma cena favorita, mas eu escolheria a sequência de cenas onde ela e sua mãe, Terri, estão se reaproximando. No episódio 2, sentadas e tomando uma sopa, conversando sobre Fats, e então tornando-se emocionalmente comovidas por estarem tendo, finalmente, uma conversa normal, como mãe e filha. Então, no episódio 3, o momento em que Krystal devolve Robbie para Terri pela primeira vez, antes de ir para um encontro e então, mais tarde, senta-se no jardim para admirar as estrelas. Por último, eu também apreciei ter colaborado junto à roteirista Sarah Phelps. Como JKR, ela é uma fenomenal contadora de histórias, com uma genuína paixão pelas personagens e uma voz firme de narradora.
4. Você leu "Morte súbita" antes de ser escolhida para dirigir a adaptação?
Não, eu não havia lido antes disso. Eu li o primeiro episódio, que por sinal foi bastante útil nesse momento, desde que eu fosse capaz de me aproximar do roteiro e da história, sem preconceitos. A ignorância pode, algumas vezes, ser uma vantagem, já que eu pude ler o livro quase como uma personagem bíblica, para assegurar de que era possível e apropriado alguma textura extra e detalhe do livro achar seu caminho nas locações, set de design ou nas performances.
5. Houve algumas cenas particularmente desafiadoras?
1) O pesadelo de Howard - larvas e vermes não respondem à direção e eles ficam todos os lugares.
2) A cenas de Robbie - havia muita violência e linguagem vulgar em muitas de suas cenas, mas elas nunca foram filmadas enquanto Robbie estivesse lá, mesmo que ele estivesse nas cenas. Isto significou um monte de planejamento para filmar em torno dele - efetivamente a gravação do diálogo e da gravação de ação duas vezes.
3) As cenas do rio - filmar perto ou dentro da água é sempre complicado e extremamente demorado - algumas sequências foram filmadas ao longo de vários dias também, o que torna necessária a continuidade do clima. Nós tivemos muita sorte em termos tido um verão tão bom.
6. Para os leitores interessados numa carreira no cinema / TV, como você avança em uma carreira como diretor?
Hoje em dia é bastante acessível filmar e editar filmes curtos em uma capacidade de amador, mas o melhor conselho que eu tenho para se tornar um diretor dramaturgo é estudar literatura, teatro, documentário e narrativa. Deve-se entender isso muito antes de começar a elaborar como contar histórias com filme, imagens e ângulos de câmera etc. Tudo isso pode vir depois.
7. Como veio com a oportunidade de você trabalhar em "Morte Súbita"?
A maneira usual - o meu agente foi abordado, eu li o roteiro e então conheci os produtores e produtores executivos algumas vezes para conversar sobre o projeto e compartilhar ideias.
8. Há diversos temas políticos e sociais que são particularmente relevantes hoje no Reino Unido já que estamos chegando a uma eleição geral. Isso é algo que você estava bem ciente enquanto filmava ou mudou alguma decisão nas filmagens?
Eu acho que os temas nessa história irão sempre ser relevantes, não apenas dessa vez. O fato que havia uma eleição para acontecer um ano depois que começamos a filmar o projeto nunca foi nem mencionado já que era totalmente irrelevante para a história, ao contrário do que algumas pessoas pensaram. Sarah Phelps, a roteirista, tem de fato uma consciência social sensível, assim como a J.K. Rowling, mas a história é sobre como as pessoas reagem a uma morte repentina em uma pequena comunidade - as minúcias do pesar - e como o efeito em ondas da sua morte passa através da vida de diversas personagens. A eleição é meramente um problema secundário e um aparelho para o enredo explorar a vida dessa pessoas em público e atrás de portas fechadas. A verdadeira vacância não foi no conselho, foi na vida delas e em seus corações.
1. Quanto de controle criativo você teve durante as filmagens de "Morte Súbita"?
O trabalho do diretor é ser responsável por contar a história à medida que ela sai do roteiro para a tela, visualizar e respirar vida através disso, e então você está inevitavelmente no controle do processo criativo - não seja uma aberração controladora! -, mas coordenar e dirigir todos os departamentos de roteiro e elenco para as locações, produção de design, maquiagem e figurino para a cinematografia. Obviamente, milhares de decisões constituem esse processo, e muitos deles são guiados e influenciados da mesma maneira por comentários ou sugestões de produtores e produtores executivos ao longo do caminho.
2. Houve algum elenco ou membros da equipe que foram particularmente interessantes de se trabalhar junto?
Eu fui muito sortudo por ter uma equipe e elenco excepcionalmente talentosos para se trabalhar em conjunto. Eu podia escrever páginas sobre toda a equipe, mas é realmente recompensante colaborar com o cineasta Tony Slater Ling. Nós já trabalhamos juntos diversas vezes, como por exemplo, em Shameless. Doctor Who, Eric and Ernie e no mais recente, In the Flesh, e nós desenvolvemos uma grande parceria.
Da mesma forma, nosso designer de produção, Sami Khan (que também trabalhou como designer de In The Flesh), é uma pessoa muito pensativa e inspiradora para se ter numa equipe. Foi similarmente, imensamente, estimulante e catártico trabalhar com o editor de cinema, Tom Hemmings, o qual sentava numa pequena sala comigo, durante a maior parte desses três meses. Foi nossa primeira colaboração e bastante agradável.
O vasto elenco foi maravilhosamente dedicado, e grande companhia no set. Eu queria trabalhar com Michael Gambon para sempre, ele é tão bom quanto seu cachê lendário custa. Como fez Julia McKenzie, com quem eu havia trabalhado antes, mas que teve um desempenho impressionante atuando contra o padrão. Rory Kinnear foi incrível de se assistir no set - Acho que ele é o ator mais perfeito que eu já vi. Keeley Hawes e eu havíamos trabalhado em Spooks e Ashes to Ashes antes, mas foi maravilhoso vê-la criar mais uma fantástica personagem. Também foi um prazer especial trabalhar com Richard Glover, Monica Dolan, Keeley Forsyth, Lolita Chakrabarti e Silas Carson, pela primeira vez, já que todos eles tinham papéis importantes e difíceis de encenar, e cada ator trouxe uma enorme quantidade de detalhes e sutilezas para suas performances. Finalmente, o elenco mais jovem era um sonho - particularmente Brian Vernel (Fats) e Abigail Lawrie, que nunca havia atuado nas telas antes.
3. Qual a sua cena e personagem favoritos?
Krystal tem que ser minha personagem preferida. Difícil escolher apenas uma cena favorita, mas eu escolheria a sequência de cenas onde ela e sua mãe, Terri, estão se reaproximando. No episódio 2, sentadas e tomando uma sopa, conversando sobre Fats, e então tornando-se emocionalmente comovidas por estarem tendo, finalmente, uma conversa normal, como mãe e filha. Então, no episódio 3, o momento em que Krystal devolve Robbie para Terri pela primeira vez, antes de ir para um encontro e então, mais tarde, senta-se no jardim para admirar as estrelas. Por último, eu também apreciei ter colaborado junto à roteirista Sarah Phelps. Como JKR, ela é uma fenomenal contadora de histórias, com uma genuína paixão pelas personagens e uma voz firme de narradora.
4. Você leu "Morte súbita" antes de ser escolhida para dirigir a adaptação?
Não, eu não havia lido antes disso. Eu li o primeiro episódio, que por sinal foi bastante útil nesse momento, desde que eu fosse capaz de me aproximar do roteiro e da história, sem preconceitos. A ignorância pode, algumas vezes, ser uma vantagem, já que eu pude ler o livro quase como uma personagem bíblica, para assegurar de que era possível e apropriado alguma textura extra e detalhe do livro achar seu caminho nas locações, set de design ou nas performances.
5. Houve algumas cenas particularmente desafiadoras?
1) O pesadelo de Howard - larvas e vermes não respondem à direção e eles ficam todos os lugares.
2) A cenas de Robbie - havia muita violência e linguagem vulgar em muitas de suas cenas, mas elas nunca foram filmadas enquanto Robbie estivesse lá, mesmo que ele estivesse nas cenas. Isto significou um monte de planejamento para filmar em torno dele - efetivamente a gravação do diálogo e da gravação de ação duas vezes.
3) As cenas do rio - filmar perto ou dentro da água é sempre complicado e extremamente demorado - algumas sequências foram filmadas ao longo de vários dias também, o que torna necessária a continuidade do clima. Nós tivemos muita sorte em termos tido um verão tão bom.
6. Para os leitores interessados numa carreira no cinema / TV, como você avança em uma carreira como diretor?
Hoje em dia é bastante acessível filmar e editar filmes curtos em uma capacidade de amador, mas o melhor conselho que eu tenho para se tornar um diretor dramaturgo é estudar literatura, teatro, documentário e narrativa. Deve-se entender isso muito antes de começar a elaborar como contar histórias com filme, imagens e ângulos de câmera etc. Tudo isso pode vir depois.
7. Como veio com a oportunidade de você trabalhar em "Morte Súbita"?
A maneira usual - o meu agente foi abordado, eu li o roteiro e então conheci os produtores e produtores executivos algumas vezes para conversar sobre o projeto e compartilhar ideias.
8. Há diversos temas políticos e sociais que são particularmente relevantes hoje no Reino Unido já que estamos chegando a uma eleição geral. Isso é algo que você estava bem ciente enquanto filmava ou mudou alguma decisão nas filmagens?
Eu acho que os temas nessa história irão sempre ser relevantes, não apenas dessa vez. O fato que havia uma eleição para acontecer um ano depois que começamos a filmar o projeto nunca foi nem mencionado já que era totalmente irrelevante para a história, ao contrário do que algumas pessoas pensaram. Sarah Phelps, a roteirista, tem de fato uma consciência social sensível, assim como a J.K. Rowling, mas a história é sobre como as pessoas reagem a uma morte repentina em uma pequena comunidade - as minúcias do pesar - e como o efeito em ondas da sua morte passa através da vida de diversas personagens. A eleição é meramente um problema secundário e um aparelho para o enredo explorar a vida dessa pessoas em público e atrás de portas fechadas. A verdadeira vacância não foi no conselho, foi na vida delas e em seus corações.
Tradução: Clarissa Magalhães.
Revisão: Gabriel Pimentel.
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